Coleção de Arte Sacra
A Coleção de Arte Sacra do Museu da Cidade do Rio Grande foi inaugurada em 29 de junho de 1986, ocupando o Consistório da Capela São Francisco de Assis.
Esta coleção possui em seu acervo aproximadamente mil objetos, voltados principalmente para a religiosidade católica da cidade do Rio Grande. Com objetos doados pela Catedral de São Pedro, Ordem Terceira de São Francisco de Assis, pessoas da comunidade e demais instituições religiosas locais, a Coleção de Arte Sacra apresenta objetos da liturgia da missa, procissões e de adoração.
Em 1997 a coleção foi fechada para as obras de restauração da Catedral de São Pedro e da Capela de São Francisco de Assis, sendo reaberta em 17 de maio de 2000, com uma museografia adaptada as novas instalações do Museu, que a partir desta data passou a ocupar, a nave da Capela e a parte superior do consistório, proporcionando assim, uma visibilidade maior do acervo e da Capela em si.
A Capela São Francisco de Assis
A Capela São Francisco de Assis foi mandada construir pelo Brigadeiro Rafael Pinto Bandeira, em 1792. Não podendo concluí-la, fez doação do terreno e benfeitorias à Ordem Terceira de São Francisco, em 1794.
Construída em estilo barroco colonial português, a Capela ficou pronta em 1814 e permaneceu em uso por longos anos, sendo, após, desativada. Enquanto a Catedral de São Pedro recebia os mais afortunados, a Capela são Francisco de Assis realizava missas para os negros afim de convertê-los a religião Católica. O seu Consistório abrigou durante muito tempo a redação e tipografia do jornal católico “Cruzeiro do Sul”.
A Capela é um ambiente onde a história está impregnada em todos os lugares. Em uma de suas portas, encontramos mais um intrigante capítulo dos seus quase 200 anos. Em 1833, a beira da Revolução Farroupilha, o Padre Bernardo José Viegas era assassinado em frente à porta principal da Capela. Segundo o jornal “O Noticiador” (o primeiro jornal editado na cidade), o padre fora assassinado por motivos políticos, simpatizante que era da política liberal. Após sua morte, Dom José Caetano da Silva Coutinho (Conde de Irajá), arcebispo do Rio de Janeiro, ordenou lacrar a porta para que nunca mais fosse aberta, ordem esta que continua sendo observada, já que a porta continua, até hoje, lacrada.